Começou nesta terça, dia 18, na cidade de Londrina (PR) a Expo Café e Negócios. O evento, que acontece no Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), reúne especialistas e interessados no café gourmet, um tipo de bebida diferenciada que está ganhando cada vez mais mercado dentro e fora do Brasil. O encontro também discute alternativas para aumentar a exportação do café brasileiro e divulgar a qualidade do produto nacional.Os cafeicultores que produzem o café do tipo arábica aproveitaram o evento para dizer que estão perdendo de R$ 50 a R$ 60 por saca, enquanto os produtores de robusta ganham até R$ 100 em média por saca. O arábica é a base do café gourmet, que possui características diferentes do robusta, desde o sabor até a acidez e outros componentes. Os produtores de arábica buscam uma saída para a sustentabilidade da atividade, inclusive para exportação.- É preciso ter renda. É preciso investir em marketing e também manter os investimentos na área de custeio para a execução da safra anual - afirmou o diretor da Unidade de Café da Câmara Brasil-Rússia, Henrique Gallucci.Mesmo sendo o maior produtor e exportador mundial de café há 200 anos, o Brasil perdeu espaço para outros países produtores por falta de divulgação. A Colômbia investe em marketing internacional há mais de 40 anos. Agora, o consumo do café gourmet está aumentando e pode mudar a trajetória do café brasileiro, tanto fora como dentro do país.Cada vez mais os produtores estão investindo na rastreabilidade e certificação do café. Lojas de Comércio Justo, que só compram alimentos produzidos com base na preservação ambiental, existem há 10 anos e exigem café rastreado. No Brasil, a prática tem cerca de cinco anos.- A Europa, os Estados Unidos e o Japão estão cada vez mais comprando produtos rastreados. É a garantia de controle sobre a qualidade do que se consome, sem prejudicar o meio ambiente. E no Brasil, muitas lojas de café diferenciado já estão adotando o produto rastreado, que agrega valor e tem preço que vale a pena - disse Fernando Lopes, diretor de uma certificadora de café.O Brasil tem cerca de 200 marcas de café certificadas, 70 delas voltadas para o mercado gourmet. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), apesar da oscilação nos preços internacionais, o cultivo do café ainda vale a pena.- Os preços oscilam demais porque os compradores exercem influência sobre o mercado. Porém, o café ainda é a cultura com maior valor social no campo, pois emprega grande mão-de-obra e vai se firmar cada vez mais entre as commodities - informou o diretor da Abic, Nathan Herszkowicz.O encontro segue até quarta, dia 19, quando os participantes vão fazer visitas monitoradas às vitrines de café do Iapar.
Fonte: Canal Rural
Fonte: Canal Rural
Na foto acima, o pesquisador do IAPAR, Armando Androcioli Filho, em visita monitorada ao cafezal do Instituto.